Pular para o conteúdo principal

Novas tecnologias e o Mundo do Trabalho

Unidade Temática II
Novas tecnologias e o Mundo do Trabalho

Por Rosana Miyashiro

Desde a Revolução Industrial em meados do século XIX, que instaura uma nova divisão social do trabalho sob o modo de produção capitalista, observamos ao longo da história alterações no modo de vida e na relação com a natureza de toda a sociedade.

As invenções tecnológicas (desde a utilização da energia à vapor até a eletricidade e automação com uso da informática) definiram novos tempos e ritmos de trabalho. No início da Revolução Industrial, o homem altera pela primeira vez a relação direta entre as condições naturais e a produção material.

Isto é, se até esse momento as condições de produção dependiam das habilidades individuais do trabalhador (por exemplo, o artesão), que dominava o conhecimento de todo o processo de produção; das condições naturais para a definição do local da produção (por exemplo, a existência de um rio para movimentar os moinhos); do tempo cronológico definido pela natureza, etc., com a Revolução Industrial os limites naturais são quebrados e temos, assim, uma transformação radical na sociedade .

A introdução da maquinaria possibilita a materialização de uma nova divisão social do trabalho, marcado pelo trabalho social (coletivo e parcelado) e pela universalização da produção (as tecnologias permitem que o local da produção não prescinda das condições naturais). Podemos destacar que a produção em série é um marco na ruptura da organização do trabalho anterior.

Inovação tecnológica - uma das marcas de todas as revoluções industriais

A 3ª Revolução Industrial ocorre em meados dos anos 1970, conhecida como Toyotismo por ter sido implantado na fábrica da Toyota no Japão, marcada pela introdução da informática, robótica e telecomunicações para uma produção flexível e trabalho polivalente em equipe. Observamos neste contexto a eliminação de vários postos de trabalho, ou seja, diminuindo sempre o número de trabalhadores.

No período anterior, denominado de Fordismo, o trabalho era marcado pela linha de produção com um processo altamente controlado, com tarefas repetitivas e cronometradas. Neste modelo o trabalhador era associado a mais uma engrenagem da máquina, muito bem representado no filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin.

Se exigia uma qualificação profissional do trabalhador focado no domínio da técnica de determinada profissão - por exemplo, de torneiro mecânico - e valorizava-se a disciplina com o cronômetro e a disposição do trabalhador em ficar horas executando a mesma tarefa. No entanto, várias mobilizações e greves marcaram este período, onde os trabalhadores organizados em sindicatos lutavam para conquistar melhores condições de trabalho.

O trabalhador fordista como apêndice da máquina

Já no modelo de produção flexível (Toytotismo), propõe-se uma mudança na gestão do trabalho, que busca a adesão do trabalhador a este modelo e, por esta razão, exige-se novas qualificações profissionais marcadas pela valorização da competição entre os trabalhadores, o que resulta no maior individualismo. O que, na prática, tem enfraquecido as conquistas coletivas de direitos.

Toytotismo: os computadores adentram ao mundo do trabalho

No momento atravessamos uma nova revolução, a chamada 4ª. Revolução Industrial (Indústria 4.0), marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas cibernéticos os responsáveis por uma transformação radical, alertam estudiosos do tema. Combinado a este processo, estamos passando por profundas mudanças na legislação trabalhista em nosso país, que afetam direitos duramente conquistados ao longo de nossa história.

E o que significa isto para nós, trabalhadores e trabalhadoras?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Curso "Informática Básica e Internet" realiza apresentação de TCCs 2019/2

O Programa “Inclusão Digital na Educação Popular de Jovens/Adultos e Formação Docente - 2ª Edição” realizou, em 02/12/2019, o encerramento da Ação de Extensão “Círculo de Cultura Digital” no semestre 2019/2. O fechamento desta Ação ocorreu com a apresentação dos trabalhos de conclusão pelos(as) educandos(as) do curso “Informática Básica e Internet”. A socialização dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) ocorreu no Auditório da ETHCI/CUT, contando com a participação de 21 sujeitos jovens/adultos formados nesta Ação de Extensão. Ainda, esteve presente nesta atividade uma banca composta pela Profª. Roselaine Ripa (UDESC), Prof. Lidnei Ventura (UDESC) e a educadora popular Salete Martins, que teceram comentários acerca das apresentações realizadas pelos(as) educandos(as). Fruto de uma parceria via Extensão Universitária entre Centro de Educação a Distância  - Universidade do Estado de Santa Catarina (CEAD/UDESC) e a Escola de Turismo e Hotelaria Canto da Ilha (ETHCI/CUT), o C